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sexta-feira, 21 de maio de 2010

Dia 22 de Maio - Dia Internacional da Biodiversidade (UNESCO)

Em todo o planeta, a biodiversidade – a diversidade da vida –, desde as bactérias até as plantas, desde as espécies até os ecossistemas – está em declínio. Em algumas décadas as alterações e as destruições causadas pelo homem aos ecossistemas naturais – em particular as florestas primárias, as florestas tropicais, as zonas úmidas, os manguezais, os lagos, os rios, os mares e os oceanos – cresceram a um ritmo inquietante.
Estima-se que o número de espécies conhecidas – e nós estamos longe de conhecer todas – declinou em torno de 40 desde os anos 70. Desde 2000, as florestas primárias perderam 6 000 000 de hectares por ano. Perto de vinte por cento dos recifes de corais foram destruídos principalmente por causa da poluição e da pesca predatória. Vinte e cinco por cento das espécies conhecidas desaparecerão de hoje até 2050. Numerosos cientistas pensam que a Terra está perto de conhecer uma fase de extinção em massa.
Segundo o “Evolução dos ecossistemas para o milênio” publicado pelas Nações Unidas em 2005, as taxas atuais de extinção das espécies seriam até mil vezes mais elevadas que os níveis julgados naturais.
Desencadeado pela mudança climática, que vai intensificar as perdas da biodiversidade e, se agravada pelas mesmas, o problema, será a aceleração do fenômeno – assim como nossa cegueira coletiva para a tomada de atitude.
A Terra evolui para um estado onde ela poderá não mais nos sustentar. Há um limite para os danos que nós podemos infringir aos ambientes dos quais nós dependemos.
Desde a revolução industrial a humanidade trata os recursos naturais como se eles fossem infinitos. Poucas pessoas se dão conta que a biodiversidade é um recurso como qualquer outro.
A biodiversidade oferece suporte a uma quantidade de processos e de serviços dos ecossistemas naturais, tais como a qualidade do ar, a regulação climática, a purificação da água, a luta contra os parasitas e as doenças, a polinização e a prevenção das erosões. A qualidade de vida – e a sobrevivência – dos humanos é dificilmente concebível sem uma biodiversidade florescente.
Os sistemas alimentares são fortemente dependentes da biodiversidade e uma proporção considerável de medicamentos é direta ou indiretamente de origem biológica. Sessões inteiras da nossa economia dependem igualmente da diversidade biológica e, é importante assinalar que os pobres do planeta são os mais expostos aos riscos associados à sua perda, porque eles são os mais dependentes dos serviços dos ecossistemas, ora em vias de degradação. Por conseguinte, a diminuição da biodiversidade terá um impacto negativo sobre a realização dos Objetivos do Milênio (OMD), principalmente, sobre o objetivo específico consagrado ao desenvolvimento.
Enfim, não se pode ignorar a que ponto são essenciais os benefícios não materiais dos ecossistemas, em particular os valores espirituais e estéticos.
A complexidade desses aspectos foi reconhecida no seu conjunto em 1972, logo que a UNESCO lançou duas iniciativas pioneiras pela sustentabilidade da vida. Vale lembrar a Convenção relativa à Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural (bens tangíveis e intangíveis) que instituiu que os ecossistemas naturais e de paisagem pertenciam ao patrimônio comum da humanidade o Programa O Homem e a Biosfera (MAB), que levou à criação de Reservas de Biosfera indicando um total de 553 reservas das quais 107 foram implementadas até hoje, com três funções precípuas onde uma ratifica e remete à outra: – conservação, desenvolvimento sustentável e apoio à pesquisa e à educação.
A biodiversidade é um bem público global, como foi reconhecido há 20 anos atrás, em 1972, pela Convenção sobre a biodiversidade (CDB). Os três objetivos desta convenção, são a conservação da diversidade biológica, sua utilização sustentável e a partilha justa e proporcional dos benefícios associados ao uso dos recursos genéticos.
Nesses últimos anos o objetivo principal foi de reduzir o ritmo de perda de biodiversidade – uma meta da qual a realização revelou-se árdua, difícil de mensurar no estado em que a biodiversidade se encontra atualmente – há de se colocar em prática as medidas e as práticas propícias à verdadeira preservação da biodiversidade.
Com o firme propósito de aumentar a tomada de consciência de todos os povos sobre a importância da biodiversidade para a qualidade de vida e sobrevivência da humanidade, as ONU declarou o ano de 2010, Ano Internacional da Biodiversidade (IYB).
Fortalecida por sua rica história no domínio da biodiversidade, a UNESCO organizará vários eventos ao longo de 2010, incluindo uma exposição itinerante. Comunicar é vital: a ambição primeira dos eventos do IYB é despertar as consciências não somente sobre os fatos, mas igualmente sobre tudo aquilo que pode ser feito. Colocar em destaque experiências de sucesso na luta sustentável contra a perda da biodiversidade e pela sua preservação, fator este essencial para suscitar a nível local, nacional, regional ou internacional, o nascedouro de projetos concebidos e desenvolvidos para preservar e resgatar a diversidade do ser vivo.
No quadro desses acontecimentos, o Sr. Hubert Reeves nos deu a honra de aceitar o nosso convite para a próxima “Conferência UNESCO para o Futuro”, ao curso da qual ele, uma das maiores e mais dedicadas autoridades no assunto, nos esclarecerá sobre as seus pontos de vista a respeito dos perigos encarados pela humanidade, se a biodiversidade continuar a diminuir, lançando luzes para que nossa ação no sentido de reverter a situação atual.
Sr. Hubert Reeves, Antrofísico canadense, antigo conselheiro da NASA e divulgador de renome, desde muito cedo apercebeu-se da raridade de todas as formas de Vida no universo, dedicandose ao estudo de sua interdependência, fundamental a sobrevivência das espécies.

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